ARQUITETURA DE SÃO LUÍS
Nada de igrejas suntuosas repletas de detalhes em ouro e imponentes construções militares ou públicas. O patrimônio arquitetônico de São Luís destaca-se pela uniformidade, pela beleza simples e regular das casas que constituem seu centro histórico. Construídos pelos senhores que comandavam a produção de algodão na região, os solares e sobrados são marcas vivas do apogeu econômico da cidade.
Os estabelecimentos comerciais funcionavam no térreo dos sobrados.
Praia Grande: bairro mais antigo e tradicional da cidade.
As escadas levam aos pavimentos de cima, onde ficam os cômodos da casa. Muitas têm portas em pedra de cantaria e sacadas em pedra de lioz. Os sobrados, com até quatro pavimentos, tinham dupla função: no térreo funcionava o comércio e, nos andares superiores, as acomodações.
Museu Histótico e Artístico - os senhores guardavam suas carruagens em pátios como este.
Alguns possuem mirantes e porão (um belo estudo sobre os detalhes das típicas construções de São Luís e Alcântara pode ser encontrado no livro Arquitetura Luso-brasileira no Maranhão, de Olavo Pereira da Silva F.).
No final do século XVIII, uma idéia funcional começou a se transformar na principal marca do casario ludovicense:
trazidos de Portugal para revestir as casas e amenizar os efeitos do calor e da umidade, os azulejos são um colorido que dá charme e autencidade únicas às ruas do centro.
Museu Histótico e Artístico - os senhores guardavam suas carruagens em pátios como este.
Foram usados também para decoração e elaborações de painéis nos interiores das casas, inspirando um viajante francês a dar o título de 'Pequena vila dos palácios de porcelana' a São Luís.
A experiência bem sucedida acabou sendo 'exportada' de volta para cidades portuguesas do Porto e Lisboa, justamente quando esta começava a ser reconstruída após o enorme terremoto que a destruiu em 1755. Mas, andando pelas ruas de São Luís, não se deixe enganar: várias casas foram revestidas de azulejos industrializados já no séculos XX, principalmente depois que uma lei municipal isentou de impostos as construções azulejadas.
Mais do que peças decorativas, os azulejos protegem as casas da ação do tempo além de serem uma boa opção para o clima quente da cidade pois refletem a luz e o calor do sol.
São Luís: Patrimônio da Humanidade
Em 1997, a Unesco concedeu à cidade o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Reconheceu a beleza e importância de um dos maiores conjuntos de arquitetura civil de origem européia no mundo.
A ponte José Sarney foi construída em 1970 e tem 820m de extensão.
Praia Grande: Postes de ferro com fios subterrâneos foram colocados como parte do projeto de restauração.
São três mil e quinhentas construções ocupando uma área de 250 hectares! Este acervo arquitetônico já havia sido tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1955.
O centro histórico de São Luís reúne construções que são uma adaptação do estilo neoclássico ao clima equatorial.
O plano de recuperação do centro histórico começou a ser executado na década de 70, quando foi construída uma barragem sobre o rio Bacanga e a ponte José Sarney sobre o rio Anil. Tais construções permitiram que a cidade se expandisse para o outro lado e evitaram a descaracterização das construções antigas. Em 1979 foi inaugurado o anel rodoviário, que desviou o trânsito que passava nas ruas estreitas do centro.
A restauração do casario começou pela Praia Grande, no início da década de 80, com a Praça do Comércio, Mercado Coberto, Albergue e Beco da Prensa. Em 1987, após alguns anos parado, o programa é retomado durante o mandato do presidente José Sarney. Vinte e cinco milhões de dolares são investidos para restaurar cerca de 200 construções na Praia Grande como parte do Projeto Reviver. Postes de eletricidade foram substituídos por similares de ferro à moda antiga e praças, jardins e calçadas foram reformadas.
Por: Bruna R.
Nenhum comentário:
Postar um comentário