sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Revolta da Balaiada. Maranhão, 1838-1841.

             

Nas obras que tratam dos primeiros anos da independência política do Brasil, muitos historiadores dão especial destaque ao fato de que os privilégios e desmandos que marcavam o passado colonial não foram superados com o estabelecimento da independência do país. Um dos casos em que tal perspectiva é ainda mais evidente encontra-se na revolta da Balaiada, ocorrida em 1838, no Maranhão.

                      A Balaiada foi uma importante revolta popular que explodiu na província do Maranhão, entre os anos de 1838 a1841.


                   Nessa época, a economia agrária do Maranhão atravessava grande crise. Sua principal riqueza, o algodão, vinha perdendo preço e compradores no exterior, devido à forte concorrência internacional do algodão produzido nos Estados Unidos (mais barato e de melhor qualidade que o produto brasileiro).

                  Quem mais sofria as conseqüências dos problemas econômicos do Maranhão era a população pobre. Ou seja, multidão formada por vaqueiros, sertanejos e escravos.

                  Cansada de tanto sofrimento, essa multidão queria lutar, de algum modo, contra as injustiças. Lutar contra a miséria, a fome, a escravidão e os maus-tratos. Havia também muita insatisfação política entre a classe média maranhense da cidade, que formava o grupo dos bem-te-vis. Foram os bem-te-vis que iniciaram a revolta contra os grandes fazendeiros conservadores do Maranhão e contaram com a participação explosiva dos sertanejos pobres.

                   Os principais líderes populares líderes da Balaiada foram: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (fazedor de balaios, donde surgiu o nome balaiada); Cosme Bento das Chagas (chefe de um quilombo que reunia aproximadamente três mil negros fugitivos); Raimundo Gomes (vaqueiro).

                    A Balaiada não tinha uma organização consistente, nem um projeto político definido. Não tinha um movimento único e harmônico. Foi um conjunto de lutas dos sertanejos marcadas pelo desejo de vingança social contra os poderosos da região.

                   Apesar de desorganizados, os rebeldes balaios conseguira conquistar a cidade de Caxias, uma das mais importantes do Maranhão. Mas não havia clareza de objetivos entre os líderes populares ao assumir o governo. O poder foi então entregue aos bem-te-vis, que já estavam preocupados em conter a rebelião dos sertanejos.

                   Para combater a revolta dos balaios, o governo enviou tropas comandadas pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva. Nessa altura do acontecimento, a classe média do Maranhão (os bem-te-vis) já havia abandonado os sertanejos e apoiava as tropas governamentais.

                   O combate aos balaios foi duro e violento. A perseguição só terminou em 1841, quando tinham morrido cerca de 12 mil sertanejos e escravos.


#Postado por: Laryssa Duarte.

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